sábado, 26 de setembro de 2009

Revelando a química do coração

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Hermes Fernandes


Como Deus sonda o nosso coração?

A análise química de uma substância é feita a partir da reação que ela tem a um determinado elemento. Por exemplo: a água e o álcool têm aparência semelhante… Mas cada um reage de maneira diferente ao fogo.

Deus se utiliza de vários elementos reagentes para nos provar. Nossa reação vai revelar o que há em nosso coração.

Um dos elementos usados por Deus para nos provar é a humilhação. Foi assim com o povo hebreu durante sua marcha de quarenta anos pelo deserto do Sinai. Confira o que disse o Senhor:

“Guarda-te de não te esqueceres do Senhor teu Deus, não cumprindo os seus mandamentos, os seus juízos e os seus estatutos que hoje te ordeno, para não suceder que, depois de teres comido e estares farto, de teres edificado boas casas e habitado nelas, e depois de se multiplicarem as tuas vacas e as tuas ovelhas, e aumentar a prata e o ouro e tudo quanto tens, se ensoberbeça o teu coração e te esqueças do Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão; que te guiou por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras, de escorpiões, de terra árida e sem água onde fez jorrar para ti água da pedra dos rochedos, que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram, a fim de te HUMILHAR e PROVAR, e afinal te fazer bem. Não digas no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me proporcionaram esta riqueza.” Deuteronômio 8:14-17


Não se trata de sadismo! O propósito de Deus sempre é de nos fazer bem. “Humilhar” aqui não é pisar, mas ensinar a ser dependente. Tal humilhação visa nos precaver da soberba resultante de um espírito auto-suficiente.

Outro elemento usado por Deus é a repreensão.

A razão pela qual Deus nos repreende é o Seu profundo amor por nós. É por se importar com o nosso bem, que Deus nos chama a atenção: “Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enojes da sua repreensão, porque o Senhor corrige aquele a quem ama, assim como o pai ao filho a quem quer bem” (Pv. 3:11-12).

O sábio e o tolo agem de maneiras distintas quando repreendidos:

“O que ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que odeia a repreensão é estúpido.”Provérbios 12:1


Há duas maneiras de o tolo reagir à repreensão: ou ele se enoja, sentindo-se ofendido, ou fica indiferente. Às vezes a indiferença é pior do que sentir-se ofendido.

O indiferente ouve, mas não escuta. A repreensão fica como água empoçada no asfalto. Mas o sábio reage diferentemente:

“Mais profundamente entra a repreensão no prudente, do que cem açoites no tolo.”Provérbios 17:10


A tabela periódica de Deus está cheia de elementos com os quais Ele testa o coração humano: elogios, críticas, autoridade, prosperidade, adversidades, etc.

Como reagimos, por exemplo, a um elogio? E quando somos severamente criticados? E ainda: quando nos é delegada autoridade? Dizem que o poder é capaz de mudar os homens. Discordo! O poder não muda ninguém. Apenas revela o caráter antes disfarçado de virtudes.

Controle das variáveis

Deus sabe até onde podemos suportar e tem o controle de todas as variáveis.

Dependendo das circunstâncias, a substância pode reagir ao elemento de maneira diferente.

Se Jesus não estivesse em jejum por quarenta dias no deserto, a tentação de transformar pedras em pães não faria qualquer sentido. Imagina se Ele houvesse saído de uma churrascaria gaúcha... Seria mais sugestível transformar pedras em sobremesa.

Jesus foi tentado ao extremo. Todos os seus limites foram postos à prova. E não pense que sua boca não se encheu de saliva quando ouviu a sugestão do Maligno.

Embora não seja Deus o autor da tentação, Ele tem o controle de todas as variáveis. Deus prova, mas não tenta.

Observe o que Tiago diz sobre isso:

“Bem-aventurado o homem que suporta a provação, porque depois de ter passado na prova, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam. Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus. Pois Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.” Tiago 1:12-14

O diabo entra de coadjuvante, ou se preferir, assistente de palco, responsável por compor o cenário. O ator principal é aquele que é tentado. Deus é quem permite a tentação, para que sejamos provados, e assim, saibamos o estado de nosso coração. Não façamos do diabo nosso bode expiatório!

Por ter o controle de tudo, Deus jamais permite que sejamos tentados além de nossa capacidade de resistência.

“Não veio sobre vós tentação, senão humana. E fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.” 1 Coríntios 10:13

Somos tentados como humanos, não como deuses. Através da tentação, ficamos cientes de nossos pontos fracos. E assim, além de nos arrependermos quando caímos, passamos a redobrar a vigilância nas áreas onde somos mais vulneráveis. Temos que agir como “gatos escaldados”.

Reconhecendo os limites

Ora, se agora sei onde sou mais fraco e vulnerável, devo me precaver, evitando ao máximo me expor a situações melindrosas.

Quem reconhece suas limitações, não vai querer correr riscos desnecessários. O penúltimo capítulo de Provérbios nos adverte para isso:

“Duas coisas te peço, ó Senhor; não as negues a mim, antes que eu morra: Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza, mas dá-me só o pão que é necessário, para que de farto eu não te negue, e diga: Quem é o Senhor? Ou empobrecendo, não venha furtar, e profane o nome de Deus.” Provérbios 30:7-9

Eis um homem que não confiava em seu próprio coração. Agur, autor dessas palavras, sabia que não estava pronto nem para a riqueza, nem para a pobreza. Ele preferia não correr riscos. Não se trata de covardia, mas de prudência.

Confiemos mais no Espírito da Graça e menos na força dos nossos braços e em nossa força de vontade. E que sejamos continuamente motivo de glória para o nosso Pai Celestial.

 

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Fonte: Hermes Fernandes via Genizah

1 comentário

Hermes C. Fernandes disse...

Que honra ter este texto publicado em seu blog, Pr. Edmilson. Obrigado por me dar a oportunidade de servir aos seus leitores.
Forte abraço!

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